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Médica Ginecologista e Obstetra com especialização em Endoscopia Ginecológica pelas Universidades de Padova e de Bari (Itália). adimenoli@hotmail.com/ Fone:(45)32242901 /Rua General Osório, 3161/ Cascavel/Pr. - Hospital Policlínica de Cascavel - Fone: (45)21011500

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Gravidez depois dos 35...



Queridas leitoras, finalmente estou postando esta matéria, com bastante atraso.
Muitas amigas esperavam há bastante tempo uma abordagem sobre o tema, já que na atualidade, com a mulher inserida no mercado de trabalho, muitas adiam a maternidadde para depois dos 35 anos quando já estão estabilizadas emocional e financeiramente.
Mas existem riscos na gravidez depois dos 35 anos? Devo adiar o sonho de ser mãe?
Bem, esta é uma pergunta difícil de se responder, mas do ponto de vista médico existem inúmeras complicações na gestação entre mulheres com mais de 35 anos, principalmente nas que engravidam pela primeira vez.

Complicações maternas:
A idade avançada é um fator de risco para muitas complicações durante o parto. Sabe-se que há um aumento significativo no risco de hipertensão arterial induzida pela gravidez, diabetes, macrossomia (fetos gigantes) entre esse grupo de mulheres, além de risco maior após o parto de trombose e edema de pulmão na mãe.

Hemorragia:
O risco de descolamento prematuro da placenta e placenta prévia (placenta com inserção mais baixa, que predispõe a hemorragia a até a morte do feto) é maior entre mulheres com mais de 35 anos.

Cesareana:
O risco de cesareana é duas vezes maior em mulheres com mais de 35 anos do que nas gestantes jovens. Isso se deve ao fato de que mulheres com mais de 35 anos têm mais complicações como hipertensão arterial e diabetes, além do que elas têm um risco maior de trabalho de parto prolongado, que não evoluem com sucesso.

Risco de Morte Materna:
O risco de morte materna é 4 vezes maior quando comparado com mulheres entre os 20 e 24 anos. Provavelmente as causas estejam ligadas às maiores complicações clínicas que surgem nas gestantes idosas.

Risco de Morte do Bebê:
Quanto maior a idade materna, menor é a chance da gravidez terminar com nascido vivo, sendo maior o número de natimortos (nascidos mortos) nesta população. O risco de aborto também aumenta com a idade. Além do que a mortalidade do lactente no 1° ano de vida é maior neste grupo.

Más- Formações Congênitas:
Esse seria o quadro mais dramático relacionado à gravidez em idade avançada. Para que você entenda melhor:
  • aos 20 anos 1 em cada 1.667 gestações têm risco para Sd. de Down
  • aos 30 anos 1 em cada 952 gestações têm risco para Sd. de Down
  • aos 35 anos, a chance sobe para 1 entre 378
  • aos 45 anos de cada 30 mulheres que engravidam, 1 terá Sd. Down
  • aos 49 anos a relação é de 1 para cada 11 gestações.

Portanto, o risco de malformações e síndromes é infinitamente maior em mulheres após os 35 anos.

A procriação tardia está relacionada com várias complicações que surgem inevitavelmente com o envelhecimento. Felizmente a maioria dos distúrbios pode ser identificada e tratada com sucesso. A gravidez após os 35 é cada vez mais comum em nossa sociedade. A mulher deve ser capaz de avaliar os riscos, ma não deve necessariamente temer o adiamento da procriação. É nesta fase da vida em que a mulher se sente mais completa emocionalmente e mais realizada profissionalmente, portanto, a escolha pela gravidez neste período, pode ser infinitamente prazerosa.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Desculpem o Atraso!

Queridas leitoras mais uma vez peço desculpas pelo atraso na matéria, pois estive participando do XV Congresso de Ginecologia e Obstetrícia da Sogesp para trazer as novidades para vocês. Ainda esta semana publico a matéria : A gravidez depois dos 30.
Beijos!

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Desculpem o Atraso!

Queridas leitoras, peço desculpas pela demora na publicação da matéria sobre Pré-Eclâmpsia da última semana, pois estive participando de um Simpósio Internacional de Cirurgia Robótica do Hospital Albert Einstein em São Paulo, o que acarretou o atraso da matéria.
Beijos!

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

A Gestação e a Pré-Eclâmpsia

Amigas leitoras, com um pouquinho de atraso estou publicando esta matéria de enorme importância para todas as gestantes e para as que ainda não tiveram a sua primeira gestação. Leia com bastante atenção, e informe o seu médico caso você já tenha enfrentado essa patologia em alguma gestação anterior. Isto é extremamente importante para o seu segmento de pré-natal.

Você sabe o que é a Pré-Eclâmpsia?
A Pré-Eclâmpsia é definida por um aumento da pressão arterial (hipertensão) da gestante, associada à perda de proteína na urina, após as 20 semanas de gestação (5° mês). Essa perda de proteína é o que diferencia a Pré-Eclâmpsia da Hipertensão Arterial Crônica. A Pré-Eclâmpsia pode ser leve ou grave, dependendo dos níveis pressóricos e dos achados dos exames de laboratório.
A gravidez por si só pode induzir hipertensão em mulheres com pressão normal ou agravar a pressão alta já existente. Se a pressão alta não for tratada, pode haver o desenvolvimento de convulsões ou coma, sendo este um quadro mais grave chamado de Eclâmpsia, que acomete 1% das gestantes com Pré-Eclâmpsia grave.

Os fatores de risco para e Pré-Eclâmpsia e para a Eclâmpsia incluem:
  • idade menor que 20 anos
  • idade maior que 40 anos
  • nuliparidade (nunca ter tido um parto)
  • hipertensão arterial pré-existente
  • lúpus (doença auto-imune do tecido conjuntivo que pode afetar qualquer parte do corpo, inclusive órgãos internos como os rins)
  • pré-eclâmpsia na gestação anterior
  • história de eclâmpsia
  • história familiar de pré-eclâmpsia ou eclâmpsia (por exemplo, se sua mãe teve eclâmpsia ou pré-eclâmpsia, seu risco é maior)
  • gestação de gêmeos
  • gestação tipo molar (um tipo de gestação específica em que se formam "cachos de uva" dentro do útero, conhecidos como mola)

Causas da Pré-Eclâmpsia:

  • as causas da Pré-Eclâmpsia são desconhecidas, mas sabe-se que o vasoespasmo (contração dos vasos sanguíneos) e danos ao epitélio dos vasos (camada externa dos vasos sanguíneos) estão associados.

Sintomas da Pré-Eclâmpsia:

  • aumento da pressão arterial maior do que 140x90 mmHg
  • dor de cabeça
  • alterações visuais como: visão borrada, pontos brilhantes tipo "vagalumes", e até mesmo cegueira
  • dor em cima do estômago
  • náuseas e vômitos
  • falta de ar importante
  • ganho muito acentuado de peso ( maior que 2 kg em 1 semana)
  • diminuição da quantidade de urina
  • dor abdominal intensa constante
  • movimentos do bebê diminuídos ou ausentes
  • trabalho de parto prematuro
  • inchaço generalizado, principalmente do rosto e das mãos.

Diagnóstico:

O diagnóstico se baseia nas queixas da paciente, no exame físico e nos exames de laboratório, que incluem alterações como perda de proteínas na urina, associada à alteração das funções dos rins e fígado e das provas de coagulação do sangue.

Os Riscos da Doença:

A Pré-Eclâmpsia é uma patologia muito perigosa, tanto para a mãe, quanto para o bebê e deve ter seu diagnóstico o mais cedo possível na gestação; mas, muitas vezes isso não é possível, pois muitas mulheres têm um aumento súbito de pressão somente no final da gestação, ou até mesmo no parto. Os riscos da doença incluem convulsões e coma na gestante, descolamento prematuro da placenta, hemorragia, edema de pulmão, morte materna ou fetal, entre outros. Quando há alterações graves nos exames de laboratório, a mortalidade fetal pode chegar a até 60% e a materna a 24%.

Tratamento:

O tratamento vai depender da gravidade de cada caso, podendo variar de uma conduta mais conservadora, com controle da pressão associado ao uso de drogas para diminuir a pressão arterial, incluindo a redução de sal na dieta e repouso no leito; até uma conduta de emergência, incluindo drogas endovenosas e a realização do parto. Somente seu médico poderá diagnosticar e indicar o tratamento mais adequado pra você, por isso é tão importante estar orientada a respeito da sintomatologia e dos riscos da doença. A doença deve ser acompanhada mesmo após o parto, durante um período médio de 4 dias para a resolução dos sintomas.

Informe seu médico a respeito de todo o seu histórico e de tudo o que você está sentindo durante a gravidez. Isso é muito importante para diagnosticar as doenças relacionadas à gestação. Faça todas as consultas de pré-natal regularmente e fique atenta às alterações da pressão arterial, principalmente se você já é hipertensa prévia. Muitas vezes, e mesmo com todos os cuidados, a doença pode se manifestar de repente! E procure imediatamente um hospital no surgimento de qualquer sintomalogia suspeita da doença.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Mitos e Verdades sobre a Gestação

Hoje estou postando uma breve matéria sobre alguns mitos relacionados à gestação. Muitas de nós com certeza já ouviu uma história de alguma vizinha, colega ou até mesmo de algum familiar sobre algumas crendices relacionadas à gravidez e ao parto. Nas próximas semanas seguirão matérias relacionadas às doenças que podem ocorrer na gestação e algumas informações sobre o parto, para que vocês, futuras mamães, possam estar informadas e seguras de tudo o que pode acontecer nesse período mágico da vida!
Uma dúvida muito frequente de muitas gestantes diz respeito à sexualidade. Vamos, então, esclarecer algumas questões:
Transar machuca o bebê?
Não! Manter relações sexuais durante a gravidez não machuca de forma nenhuma o bebê. Pelo contrário! Momentos íntimos do casal fazem com que os pais se sintam mais próximos e felizes e isso pode ser sentido pela criança dentro da barriga da futura mamãe.
Até quando posso manter relações sexuais na gravidez?
Não há uma regra. Transar é permitido durante toda a gestação, até dias antes do parto, durante o período em que você se sentir disposta e confortável. Só não é permitido caso haja alguma contra-indicação médica. Pergunte para o seu médico. Ele poderá orientar-lhe a respeito.
Exercícios físicos são permitidos?
Atividades físicas sempre fazem bem à saúde! Se você é sedentária, inicie com exercícios leves, como caminhadas e hidroginástica, e vá aumentando o ritmo aos poucos, para que o esforço não prejudique o crescimento do bebê.
Exercícios físicos como alongamento ou yoga, por exemplo, fortalecem a musculatura da região perineal, o que ajuda na hora do parto.
Crie a rotina de caminhar pelo menos 40 minutos por dia. Isso ajudará a diminuir o inchaço da gravidez, principalmente no final da gestação.
Fumar e beber fazem mal para o bebê?
Sim! O fumo e o álcool são proibidos na gravidez. Eles interferem no desenvolvimento da placenta, o que faz com que o fluxo de sangue para o bebê seja prejudicado, e podendo, portanto, levar ao crescimento retardado do feto; além de poderam causar dependência química e síndrome de abstinência no recém-nascido.
Posso tingir os cabelos?
Sim, você pode tingir os cabelos. Espere passar o primeiro trimestre (até mais ou menos 16 semnas) e dê preferência aos tonalizantes sem chumbo ou amônia na sua composição. Alisamentos à base de formol devem ser evitados.
Preciso tomar vitaminas?
Sim! O uso de polivitamínicos é essencial durante toda a gestação. A gravidez predispõe a uma anemia, pois o volume de sangue materno fica mais diluído, e o bebê suga todas as vitaminas da mãe durante a gestação.
Mesmo após o parto, o uso de vitaminas contendo ferro é fundamental durante os 2 primeiros meses de amamentação. Isso fortalece a mãe e o bebê.
Quando vou sentir o bebê mexer?
A percepção da movimentação fetal varia de acordo com o tempo da gestação e com o número de filhos. Em mulheres que estão gestando pela primeira vez, essa sensação pode ser sentida inicialmente entre as 22 e 24 semanas (mais ou menos 6 meses). Já em mulheres que não estão na primeira gestação, a percepção se dá em torno das 18 semanas ( 4 meses e meio).
Após as 30 semanas, você deve anotar a movimentação fetal em um diário. Isso é MUITO importante, pois é através deste relato que seu médico pode deduzir se tudo está bem com seu bebê. Ele deve mexer 10 vezes durante o dia todo, OU, após o almoço e jantar espere 1 hora e deite com a barriga do lado esquerdo. Em 1 hora seu bebê deve mexer pelo menos 6 vezes. Do contrário procure seu médico imediatamente.
Apareceram hemorróidas, e agora?
Hemorróidas nada mais são do que varizes no ânus. Sim, é isso mesmo! As varizes podem estar nas pernas, no ânus, por dentro da barriga e até no útero.
A gestação, pela compressão progressiva dos vasos da pelve pela barriga crescendo, dificulta o retorno venoso e predispõe ao surgimento de varizes mais volumosas. No ânus essas varizes podem sangrar e causar muita dor. Se isto está acontecendo com você, procure sem médico para que ele possa lhe indicar o melhor tratamento.
Não se apavore! Após o parto, a tendência é de que a circulação, sem a compressão do útero sobre os vasos, melhore e as hemorróidas costumam desaparecer. Do contrário, procure um médico proctologista e ele saberá qual a melhor opção terapêutica para você.
A gestação é uma das melhores fases da vida da mulher. Aproveite cada momento, procure ter hábitos saudáveis, e procure fortalecer ainda mais os laços de união com seu parceiro. São muitas as mudanças no corpo e na vida da mulher. Você, futuro papai, procure estar sempre interessado e apoiando sua parceira.
Faça seu pré-natal regularmente, exerça esse direito para o seu bebê. A gravidez é um investimento... que não tem preço!

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Saúde Íntima: quais cuidados devo tomar?

Queridas leitoras. Falarei um pouquinho a respeito dos cuidados que devemos ter com a saúde íntima. Você que já é mãe, oriente suas filhas desde cedo com relação à higiene genital. Explique a elas a anatomia do corpo da mulher e também, porque é tão importante criar hábitos saudáveis e ter certos cuidados especiais com a parte íntima do corpo.


  • procure fazer a higiene íntima somente com sabonetes neutros glicerinados. Eles não alteram o ph da pele, e portanto, não causam irritação da mucosa. Evite sabonetes que contêm hidratantes na sua composição. Eles são PÉSSIMOS para a vagina! Aconselho a fazer uso de 2 sabonetes. Um com hidratante para o corpo e outro neutro glicerinado para a higiene íntima.
  • Evite o uso contínuo de sabonetes, talcos e desodorantes íntimos.
  • Procure vestir-se com roupas arejadas e leves, que não apertem a área genital.
  • Evite lavar a região íntima com muita frequência. Isto pode tirar a proteção natural e predispor ao aparecimento de irritações e infecções.
  • Procure fazer uso de calcinhas de algodão. Evite a lycra, renda, poliéster e outros tecidos sintéticos.
  • Se possível, durma sem calcinha, para que a região genital possa "respirar".
  • Lave as peças íntimas com sabão neutro ou de coco. Evite sabão em pó, amaciantes ou água sanitária.
  • Não crie o hábito de lavar a calcinha durante o banho, o que pode, pelo ambiente ser úmido e abafado, predispor ao aparecimento de fungos e bolores.
  • Deixe suas peças íntimas secarem em lugar arejado e, se possível, ao sol.
  • Procure passar com ferro quente os forros das calcinhas antes de usá-las.
  • Evite passar muito tempo com biquínis molhados. Locais quentes, abafados e úmidos são um "prato cheio" para os fungos.
  • Evite papel higiênico com muitas fragâncias. Eles podem irritar a pele.
  • Os pêlos são uma proteção natural contra muitas bactérias, porém, procure mantê-los aparados para que não se tornem um ambiente agradável para que elas possam se proliferar. As secreções vaginais que eventualmente podem ficar retidas neles, ocasionam odores desagradáveis.
  • Se você é adepta da depilação, certifique-se de que todo o material, inclusive a cera, sejam descartáveis.
  • O uso de absorventes internos no período menstrual não é proibido, mas requer cuidados especiais com as trocas. Elas devem ser mais frequentes.
  • Os absorventes externos devem ser trocados periodicamente, sempre acompanhados da higiene do local.
  • Use preservativo nas relações sexuais. Se você é adepta do sexo anal, jamais o faça sem o uso de preservativo. Nunca permita a penetração anal e vaginal com o mesmo preservativo. Isso pode acarretar infecções vaginais por bactérias da flora intestinal.
  • Sempre urine e higienize-se após todas as relações sexuais.
  • O uso de protetores diários é controverso. Acredita-se que eles possam abafar ainda mais a região genital e facilitar a proliferação de fungos e bactérias.
  • Se você faz uso de lubrificantes íntimos nas relações, fique atenta para que sejam somente à base de água. Não use lubrificantes à base de óleos ou vaselina.
  • Mulheres que apresentam a mucosa vaginal mais seca, principalmente as que estão na menopausa, podem se beneficiar com cremes vaginais à base de hormônio. Procure seu médico para saber se há indicação para você.

Com cuidados simples você pode evitar o surgimento de infecções, odores desagradáveis ou outros desconfortos da região genital. Olhe para a sua genitália. Observe o aspecto e fique atenta para quaisquer mudanças. Procure seu ginecologista periodicamente e faça regularmente toda a rotina de prevenção. Não tenha receio ou vergonha de tirar suas dúvidas e expor seus problemas para o seu médico de confiança. A região íntima faz parte do seu corpo e deve, portanto, ser olhada e tratada com todo o carinho, cuidado e atenção.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

HPV e Exame de Papanicolaou (Colpocitologia Oncótica)



Queridas amigas, esta matéria traz as informações básicas para que vocês possam entender a importância de realizar o exame preventivo do câncer de colo e para que vocês saibam como proteger-se contra o Papiloma Vírus Humano ( famoso HPV), uma vez que este é o agente responsável por 100% dos cânceres da cérvix (colo uterino).
Não abordarei as possibilidades de tratamento, uma vez que cada caso merece uma avaliação especial para se propor uma conduta.
O termo Colpocitologia Oncótica, deriva do grego e do latim. Entenda o nome:
colpo (Kolpos)- "vagina"
cito -"célula"
logia- "estudo"
oncótica (do latim Cancer)- "carangueijo"

Portanto, é o Exame de Rastreamento para o Câncer de Colo do Útero, que estuda as células do colo, em busca de alterações que sugiram lesões pré-malignas, ou malignas (câncer). Pode também detectar lesões não malignas, tais como as verrugas genitais também causadas pelo HPV, herpes vírus, infecções genitais causadas por fungos ou bactérias, além de informações sobre os níveis hormonais, principalmente de estrogênio e progesterona.
A Colpocitologia Oncótica é também conhecida como "Preventivo Ginecológico" ou simplesmente "Exame de Papanicolaou". O termo "Exame de Papanicolaou" foi dado em homenagem ao grego Georgios Nicholas Papanikolaou (vide foto), nascido em 1883 e falecido em 1962, idealizador e pioneiro do exame para a detecção precoce do câncer de colo uterino. Ele observou que células malignas (que causam câncer) poderiam ser vistas através de um microscópio.

A IMPORTÂNCIA DA CITOLOGIA ONCÓTICA -
  • é o exame de rastreamento para o câncer de colo uterino
  • reduz em até 43% a incidência de câncer cervical
  • reduz em até 46% a mortalidade pelo câncer
  • alta especificidade (97-100%) para o câncer
  • tem baixo custo
  • é totalmente tolerável pelas pacientes
  • é facilmente aplicado a grandes populações
  • é um exame de triagem. Quando alterado, deve ser complementado com avaliação colposcópica e histológica.

QUEM DEVE FAZER O EXAME? Todas as mulheres que já iniciaram atividade sexual, em qualquer fase da vida. Muitas mulheres grávidas me perguntam se esse é um exame permitido durante a gravidez, e muitas têm receio em fazê-lo. As gestantes, segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde), DEVEM submeter-se ao preventivo ginecológico, incluindo a coleta endocervical cuidadosa(do canal do colo do útero), como parte da ROTINA de pré-natal, e não como uma opção. Portanto, exija esse direito do seu médico, faça seu pré-natal regularmente, cuide do seu corpo e tenha uma gravidez saudável, oferecendo ao seu bebê e a você todos os cuidados que estão disponíveis para garantir a vocês uma gestação segura!

INDICAÇÕES E ORIENTAÇÕES PARA A COLETA- A coleta deve ser feita anualmente em todas as mulheres com vida sexual ativa. Em países como a Itália, todas as empresas exigem o exame de Papanicolaou para que as mulheres possam ser contratadas. Recomenda-se a abstinência sexual, bem como o uso de cremes e duchas vaginais nos 2 dias que antecedem o exame. A coleta não deve ser feita no período menstrual. Em caso de pacientes com suspeita de infecção vaginal e corrimento, deve-se primeiramente tratar o corrimento para em seguida realizar a coleta. O exame da vagina e do colo do útero, consiste na introdução de um espéculo pelo canal vaginal. Deve-se retirar o excesso de secreção e muco e realizar a coleta com uma "escovinha" (cytobrush) das células do canal endocervical e em seguida, com uma espátula a coleta de células da ectocérvice (exterior do colo uterino). O material é transferido para uma lâmina ou para um meio líquido específico, e posteriormente encaminhado para o patologista, que dará o laudo do exame, em mais ou menos 2 dias.

O resultado do exame segue uma nomenclatura internacional, sendo a mais comumente utilizada a de BETHESDA 2001. Através dessa padronização, um resultado de exame colhido aqui no Brasil, por exemplo, terá a mesma representação de um exame realizado no Japão.

O resultado pode vir desde um exame normal, ou seja, negativo para células neoplásicas (que causam o câncer), ou com alterações causadas pelo HPV, que são lesões pré-malignas, até o carcinoma (câncer) propriamente dito. Somente seu médico ginecologista está apto para orientar a respeito do resultado do seu exame, e em caso de alteração, somente ele poderá lhe indicar o melhor tratamento.

O PAPILOMA VÍRUS HUMANO (HPV)

O HPV é um vírus sexualmente transmitido, que pode acometer mulheres de todas as faixas etárias, com vida sexual ativa. Múltiplos parceiros sexuais, ínicio precoce da atividade sexual, baixa escolaridade e renda, histórico de outras doenças sexualmente transmissíveis, além de infecção por Clamídia e HIV, são fatores de risco para a doença. Pode ser transmitido em qualquer contato sexual, inclusive nas práticas orais e no sexo anal. Além do câncer de colo uterino, o HPV também é responsável pelo câncer de ânus.

Para que você entenda melhor, compare o HPV ao vírus da gripe. Existem mais de 100 sorotipos diferentes do vírus e nem todos são capazes de induzir ao câncer da cérvix. Imagine que durante a vida, você pode adquirir gripe diversas vezes, mas nem sempre as manifestações da doença são iguais. Por exemplo, você pode adquirir um simples resfriado, que terá seu curso natural com evolução rápida para a cura, até uma influenza H1N1 ( gripe suína ), que pode ter evolução ruim, inclusive fatal em muitos casos. Com o HPV funciona mais ou menos assim. Você ao longo da vida pode se infectar por diversos sorotipos do vírus, sendo que a maioria deles têm um curso auto-limitado (infecção aparente em torno de 2 anos) e alguns poucos são os que evoluem para o câncer propriamente dito. Portanto nem todas as mulheres infectadas pelo vírus terão câncer, mas todas as mulheres com câncer são portadoras do vírus. Entendeu a diferença?

COMO PREVENIR-SE CONTRA O HPV- Não existe uma maneira de prevenir a infecção em 100%, mas alguns hábitos podem reduzir muito o risco de infecção. Reduzir o número de parceiros sexuais, usar preservativo em TODAS as relações sexuais, inclusive no sexo anal e nas práticas orais, não compartilhar objetos de uso íntimo e abster-se de manter relações com parceiros suspeitos de serem portadores do vírus ajudam a diminuir o risco de infecção. O uso de preservativo não anula o risco de contrair o vírus, uma vez que o restante da área genital exposta também pode ser via de transmissão da doença, mas provê uma proteção em torno de 80%.

A VACINA- Existe no mercado a vacina quadrivalente GARDASIL (Merck & Co) que dá 100% de proteção contra os sorotipos responsáveis por 70% dos cânceres de colo uterino. A vacina protege contra 4 subtipos dos vírus (6 e 11-responsáveis pelas verrugas genitais, famosas "cristas de galo", e contra os sorotipos 16 e 18-responsáveis pelo adenocarcinoma de colo). A vacina não é tratamento contra a doença, e não substitue o uso de preservativo, uma vez que são muitos os sorotipos que não são cobertos por ela. Recomenda-se a vacinação de mulheres antes do início da prática sexual, entre os 16 e 26 anos. Por enquanto, o SUS não preconizou esta vacina como parte do Programa Nacional de Vacinação, mas essa possibilidade já vem sendo estudada. Em países como a Inglaterra e Bélgica, o esquema vacinal é fornecido pelo governo e pode ser feito gratuitamente. O alto custo da vacina (em torno de 400 reais a dose, sendo que são necessárias 3 doses) não permite, por enquanto, a vacinação em massa no Brasil.

CURIOSIDADE- tamanha a importância do problema, que o Prêmio Nobel de Medicina de 2008 pertence ao médico e pesquisador alemão Dr. Harald zur Hausen. Ele foi contra todos os dogmas ao provar que um vírus (HPV) poderia causar câncer.

Não há uma proteção 100% contra o HPV. O uso de preservativo pode diminuir muito o risco de infecção. Converse com o seu parceiro a respeito da importância de prevenir-se contra a doença. Os casos de câncer de pênis no Brasil vêm aumentando, o que mostra que os homens também têm que conscientizar-se do problema. Procure seu médico ginecologista, faça sua rotina anualmente. Exerça esse direito. Mostre que você ama seu corpo.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Mitos x Mioma

Hoje vou falar um pouquinho para vocês sobre os miomas. Com certeza, muitas de vocês, minhas queridas leitoras, já ouviram falar ou até mesmo já se depararam com esse problema. Irei abordar o tema, procurando dismistificar a doença e orientando sobre qual a melhor conduta frente a um deles.
Você sabe o que são miomas?
Miomas são tumores benignos do útero, portanto não "viram" câncer, e que acometem pelo menos 20% das mulheres em idade reprodutiva. Acometem mais mulheres da raça negra, podendo chegar a um percentual de 50% nessa população.
Dependendo da sua localização, cada um recebe um nome diferente. São eles: subserosos- quando se localizam abaixo da camada serosa do útero (exterior do útero), intramurais- quando se localizam inteiramente no miométrio- na espessura da parede do útero, e submucosos- quando se localizam abaixo da camada mucosa -dentro da cavidade uterina(interior do útero). Eles podem também combinar seus componentes. Por exemplo: um mioma pode ser subseroso com componente intramural, ou intramural com componente submucoso.
SINTOMAS- Muitas mulheres são assintomáticas, ou seja, não têm sintoma nenhum. Dependendo da localização do mioma, a mulher pode sentir diversos sintomas, sendo que os mais comuns são:
Miomas Subserosos: comumente não causam sangramento, porque se localizam distantemente da cavidade uterina. Normalmente se manisfestam com queixas de dor, por comprimir estruturas vizinhas; e com o aumento do volume abdominal, especialmente nos miomas volumosos.
Miomas Intramurais: podem causar alterações no fluxo menstrual e aumentar o volume abdominal.
Miomas Submucosos: normalmente se manifestam com sangramento, seja aumentando o fluxo de sangue da menstruação, seja ocasionando um sangramento irregular, mesmo fora do período menstrual.
Podem também se manifestar com queixas de dor pélvica, cólica menstrual, dor nas relações sexuais, aumento da frequência do urinar, ou até mesmo pela exteriorização através da vagina de uma massa muscular (aspecto de um pedaço de carne), denominada mioma parido.

TRATAMENTO DOS MIOMAS Um aspecto importantíssimo que devemos levar em consideração antes de discutirmos a respeito dos tratamentos disponíveis, é de que devemos tratar a MULHER com mioma e não o MIOMA da mulher. Você percebeu a diferença? Precisamos levar em consideração diversos fatores para podermos indicar o melhor tratamento. Muitos médicos indicam a cirurgia de histerectomia (retirada do útero), como sendo a única opção de tratamento, e isso muitas vezes não é verdade!
Se ao ouvir do seu médico que você tem mioma e portanto, deve retirar seu útero, sugiro que faça a ele duas perguntas:
1) Por que está sendo indicada a retirada do útero?
2) Quais são as outras possibilidades de tratamento propostas?
Se uma das respostas for:
1) Seu útero não serve para mais nada, já deu filhos, agora só serve para dar câncer,
2) A preservação do seu útero é impossível,
3) Não existem outros tratamentos,
4) A histerectomia é a única solução para você (sem que sejam apresentados os outros tratamentos)
Então sugiro a você que procure ouvir uma segunda opinião, onde poderá esclarecer-se sobre quais as outras opções de tratamento. Faça-se valer do seu direito de preservá-lo, de respeitar a sua feminilidade, e tudo o mais que seu útero possa significar para você.

Para podermos indicar o melhor tratamento, precisamos primeiramente OUVIR e entender quais são os desejos da mulher, e qual é a sua relação com seu útero. Se, por exemplo, uma paciente deseja engravidar, devemos procurar pelo tratamento mais conservador e menos invasivo possível, já se tratarmos de uma paciente ansiosa que receie que os miomas possam "virar" câncer, devemos tomar outra conduta, talvez menos conservadora.
Discuta com seu médico e cobre dele informações a respeito de tudo o que pode ser feito por você. A mulher moderna já não aceita imposições, e frases como, "você tem que retirar seu útero", podem ser de difícil aceitação.
Alguns dos tratamentos disponíveis no mercado são:
  • embolização dos miomas
  • miomectomia (retirada dos miomas com preservação do útero)
  • histerectomia (retirada do útero)
  • ablação por ultrassom focalizado ( EXABLATE)
  • histeroscopia
  • tratamento medicamentoso

EMBOLIZAÇÃO A essência da embolização está na interrupção do fluxo de sangue para os miomas. Com isso ocorre um infarto nos miomas e consequente degeneração, ocorrendo diminuição no volume dos tumores e principalmente diminuição de sangramento. O procedimento é feito sem cortes ou incisões, por via endovascular, através de um cateterismo da artéria femoral até a artéria uterina. São então depositadas micropartículas que se depositarão e interromperão o fluxo de sangue (alimento do mioma) para o tumor e levando, portanto, à sua degeneração.

MIOMECTOMIA É a retirada cirúrgica dos tumores, sendo esta a técnica mais antiga de tratamento dos miomas com a preservação da capacidade reprodutiva. Pode ser feita por via laparotômica (com corte na barriga), laparoscópica (por endoscopia) ou histeroscópica.

HISTERECTOMIA É a retirada do útero, podendo ser total (retira-se todo o corpo e colo uterino) ou subtotal (retira-se o corpo e mantém-se o colo), por via laparotômica ou laparoscópica. A primeira histerectomia por via laparoscópica data de 1989, e foi realizada pelo americano Harry Reich.

ABLAÇÃO POR ULTRASSOM FOCALIZADO (EXABLATE) É a mais nova opção de tratamento para a miomatose uterina. É uma técnica não invasiva, realizada por uma aparelho chamado EXABLATE. Consiste na emissão de ondas de ultrassom, que atravessam a pele, o tecido gorduroso e a camada muscular e que focam os miomas, aquecendo pontualmente diversas áreas dos tumores até uma temperatura de 80 graus, ocasionando a morte das células. O outro mecanismo é a ressonância magnética, que permite guiar os focos de ultrassom e monitorar as áreas já tratadas. O procedimento tem duração de 2 a 4 horas e é realizado sobre efeito de anestésicos endovenosos. O tempo de internação é de 12 horas e a volta às atividades normais ocorre em 2 a 3 dias.

HISTEROSCOPIA É a ressecção transvaginal dos miomas. Ver matéria sobre histeroscopia.

TRATAMENTO MEDICAMENTOSO É um dos mais difíceis a ser realizado. O tratamento baseia-se na concepção de que os miomas possuem receptores para dois tipos de hormônios, estrogênio e progesterona. Portanto, grande parte dessas medicações é hormonal. Os anticoncepcionais combinados de baixa dosagem (que contêm esses dois hormônios) mantêm um estado hormonal ligeiramente inferior ao estado fisiológico que se usados em pacientes com poucos sintomas podem retardar o crescimento dos tumores. Anticoncepcionais somente à base de progesterona podem ser um equívoco, uma vez que os miomas contêm receptores para progesterona que podem acelerar seu crescimento. Uma outra classe de medicações são os análogos do GnRH, que por bloquearem a produção de hormônios pelos ovários, produzem um estado semelhante à menopausa, por um hipoestrogenismo. Prevalece a falta de menstruação e uma redução significativa do volume dos miomas, porém possuem diversos efeitos colaterais, que limitam seu uso. A gestrinona é uma droga não-estrogênica e com potente ação anti-progesterona. Diminue o fluxo sanguíneo e consequentemente o volume dos tumores. Uma outra droga que vem tendo resultados promissores é o Mifepristone. Essa medicação é comercializada em diversos países como abortivo, e portanto, sua comercialização é, por enquanto, proibida no Brasil. Leva a um hipofluxo menstrual e à redução dos tumores em até 50%.

O diagnóstico da doença é feito pela entrevista com a paciente (anamnese), exame físico e exames complementares (ultrassom, tomografia, ressonância magnética, histersocopia), além de muitas vezes serem achados cirúrgicos, como nas laparoscopias (cirurgia minimamente invasiva em que o cirurgião através de uma óptica colocada no umbigo da paciente, consegue ver a cavidade abdominal nos mínimos detalhes).

TODOS OS MIOMAS DEVEM SER TRATADOS? Não, nem todos os miomas devem ser tratados. SOMENTE pacientes sintomáticas devem ser tratadas. Converse com seu médico e esclareça com ele sobre o melhor tratamento para você. Não hesite em pedir uma segunda opinião. O tratamento que serviu para uma amiga sua pode não servir para você. Por exemplo, trataremos diferentemente uma paciente em idade reprodutiva que deseja engravidar, de uma paciente com as mesmas características de mioma, no climatério.

Respeite seu corpo e sua feminilidade. Faça seu médico entender qual é a sua relação com seu útero. Através de uma boa conversa e com o entendimento do seu ginecologista sobre o que seu útero significa para você, ele poderá decidir qual o melhor caminho a seguir e qual o tratamento mais indicado para você.

domingo, 18 de julho de 2010

Você sabe o que é a Histeroscopia?

Esta semana estou postando uma matéria muito interessante sobre histeroscopia. Você sabe o que é Histeroscopia?

Histeroscopia nada mais é do que uma endoscopia do útero. Vem do grego histero=útero, scopia=olhar dentro. Através desse exame podemos avaliar o canal cervical e também a cavidade uterina. É um procedimento feito no próprio consultório, tendo a vantagem de não requerer anestesia, nem internação. A paciente faz o exame e está pronta para ir para casa ou para o trabalho!
O exame é realizado pela introdução através da vagina, de uma fina óptica (histeroscópio) de diâmetro variando entre 2 e 4mm (imagine que essa óptica é mais fina do que uma caneta!!) que leva luz no seu interior, acoplada a um sistema que coloca CO2 ou Soro Fisiológico para distender a cavidade uterina e permitir a sua completa visualização. Essa óptica é acoplada a um sistema de microcâmera que leva a imagem para um monitor de TV permitindo assim a visualização com extrema nitidez da cavidade uterina, assim como do canal cervical. É como se você estivesse assistindo a um filme com zoom, onde você pode ver as imagens nos seus mínimos detalhes!
O exame é relativamente rápido, com duração em média de 5 a 10 minutos.

As principais indicações para esse exame são:
  • pacientes com infertilidade (tentam engravidar e não conseguem)
  • abortamento habitual
  • controle pós abortamento
  • sangramento menstrual excessivo
  • espessamento de endométrio
  • sangramento pós-menopausa
  • presença de pólipos ou miomas sugeridos pelo ultrassom
  • presença de aderências na cavidade uterina (sinéquias)
  • suspeita de malformações uterinas
  • câncer de endométrio (da camada que reveste o útero por dentro)

Após esse procedimento ambulatorial, uma vez feito o diagnóstico, seu médico poderá indicar uma Histeroscopia Cirúrgica para o tratamento das eventuais anormalidades encontradas. A Histeroscopia Cirúrgica deve ser feita em ambiente hospitalar, pois se utiliza um equipamento com um calibre um pouco maior, gerando mais desconforto, e portanto requer uma anestesia simples, como a sedação. O tempo máximo de internação dificilmente ultrapassa as 24 horas, e o risco de infecção é mínimo, além de não deixar cicatrizes externas. Com o surgimento da técnica, a partir dos anos 80, permitiu-se diagnosticar e tratar as patologias endometriais e endocervicais com muito mais precisão e com muito menos complicações.

UM POUCO DE HISTÓRIA - A primeira histeroscopia, realizada por Pantaleoni, data de 1869. Já em 1879 Nitze idealizou o primeiro histeroscópio usando os princípios modernos. Desde então, até a década de 70 vários foram os que contribuíram para o avanço da técnica. Em 1979, o francês Jacques Hamou idealiza o primeiro micro- histeroscópio com visão panorâmica e de contato e é desde então conhecido como o Pai da Histeroscopia Moderna. Na década de 90, o italiano Stefano Bettocchi idealizou um modelo de histeroscópio que permite a retirada em próprio consultório, sem anestesia e sem dor ou desconforto para a paciente, de pequenos pólipos, miomas, aderências ou sinéquias, e permitindo inclusive a esterilização definitiva das trompas, revolucionando a história da histeroscopia moderna.

Procure seu médico e informe-se dos outros benefícios que esse procedimento pode trazer para você. Seu ginecologista de confiança poderá saber se você é uma canditada ao exame e somente um médico qualificado e especializado em endoscopia ginecológica poderá realizá-lo em você. Seu útero agradece!



sábado, 17 de julho de 2010

Conheça alguns dos Métodos Contraceptivos

Hoje vou trazer uma matéria sobre os métodos contraceptivos que existem no mercado. Juntamente com o seu ginecologista, você poderá decidir qual o método mais indicado para você. E não se esqueça: nunca se automedique!

Aqui vai uma lista dos métodos disponíveis no mercado:


  • Injeção Anticoncepcional
  • Pílula anticoncepcional
  • Abstinência sexual
  • Adesivo anticoncepcional
  • Anel vaginal
  • Camisinha
  • Coito interrompido
  • Diafragma
  • DIU
  • Espermaticida
  • Implante anticoncepcional
  • Ligadura das Trompas
  • Vasectomia
  • Método do muco cervical
  • Tabelinha
  • Pílula do dia seguinte

A Injeção AnticoncepcionalDeve ser aplicada no glúteo, ou nádegas. É indicada para as mulheres que esquecem de tomar a pílula ou para quem tem que esconder o método contraceptivo. Tem a vantagem de ser aplicada 1 vez por mês. Agem da mesma forma que a pílula (vide matéria sobre como agem os anticoncepcionais).

Existe uma injeção que pode ser aplicada a cada 3 meses e que a mulher não menstrua. Tem a desvantagem de suspender a mentruação e de demorar um pouco mais para engravidar quando se suspende a injeção.E lembre-se: somente seu médico poderá indicar o método mais adequado para você.

A Pílula AnticoncepcionalA pílula anticoncepcional é uma aliada na vida da mulher moderna, sendo que muitas mulheres não se imaginam mais viver sem ela. Você sabia que a pílula anticoncepcional protege contra o Câncer de Endométrio e Ovário? E que sua chance de engravidar, quando você toma a pílula CORRETAMENTE, é de 0,1%? Trocando em miúdos, de cada mil mulheres que tomam a pílula por ano, apenas uma engravidará. Mas cá entre nós, manter a disciplina não é fácil! Se você esquecer apenas 1 comprimido no mês a eficácia cai para 92%!

É verdade sim que a pílula pode interferir na libido da mulher. Muitas mulheres comparam o anticoncepcional a um balde de água fria! A pílula impede o pico de hormônio masculino no período da ovulação e reduz a quantidade de estrogênio, tornando a vagina mais seca. Se sentiu sem vontade de tirar o pijama? Acalme-se! Espere passar o período de adaptação de 3 meses e sinta se melhorou o desejo de transar. Se persistir, converse com seu médico ginecologista para que ele decida qual o método mais indicado para você.

Abstinência SexualÉ quando você não transa. Tem chance de 0% de falhar contra a gravidez e doenças sexualmente transmissíveis.

Adesivo anticoncepcionalContém os mesmos hormônios que a maioria das pílulas existentes no mercado. Tem a vantagem de você não precisar lembrar de tomar a pílula todos os dias, pois eles são trocados toda semana. É só você colar na pele e pronto!

Anel vaginalÉ um pequeno anel de superfície lisa, não porosa que contém os mesmos hormônios da pílula anticoncepcional. É um método conveniente para quem não quer mostrar que está fazendo uso de um método contraceptivo. Tem a vantagem de ser colocado na vagina e de ser removido 1 vez por mês. Não intefere em nada na relação sexual, sendo que a mulher e o seu parceiro nem o sentem na hora da transa.

CamisinhaUsando a camisinha você está demonstrando respeito com seu próprio corpo e com o corpo do parceiro. É um método muito seguro, não só contra a gravidez, como contra as doenças sexualmente transmissíveis, se usado corretamente. A camisinha nada mais é do que a vestimenta que você deve usar na hora da transa. Deve ser utilizada em qualquer contato sexual , inclusive no sexo oral e anal, e não somente na hora da ejaculação (quando o parceiro goza). Não tenha vergonha, cuide do seu corpo, carregue você a camisinha e não espere que a iniciativa de usá-la parta sempre do seu parceiro. Também existe no mercado a camisinha feminina, que a própria mulher coloca dentro da vagina.

Coito interrompidoÉ o famoso "tirar fora" na hora da ejaculação. É um método muito pouco eficiente, tanto porque mesmo antes da ejaculação, o líquido que sai pelo pênis já contém espermatozóides que podem engravidar, tanto quanto porque muitas vezes o homem não consegue ter o controle da hora da ejaculação. Para "retardar" a ejaculação, muitos homens pensam, por exemplo, em um trem em alta velocidade ou contam até 100. Imagine se o cara erra na conta e o trem sai do trilho? Não se arrisque, use um método seguro!

DiafragmaÉ um pequeno anel recoberto por uma película de borracha que a mulher coloca sempre junto o espermaticida dentro da vagina. É um método discreto, pois só você saberá que está usando. Deve ser removido da vagina 12 horas após a relação sexual e tem grande durabilidade. Somente seu médico poderá indicá-lo para você.

DIU (Dispositivo Intra-Uterino)É uma peça de cobre recoberta com plástico que é colocada dentro do útero e que parece agir impedindo que os espermatóides cheguem até a trompa (canal por onde passam os óvulos e os espermatozóides). Por ser um método mais invasivo, exige que a mulher tenha parceiro fixo, para que se diminua o risco de infecção. É mais indicado para mulheres que já tiveram filhos, mas pacientes sem filhos também podem usá-lo em alguns casos em que haja contra-indicação a outros métodos contraceptivos. Tem a vantagem de durar de 5 a 10 anos. Os DIUs podem causar aumento do fluxo de sangue na mestruação e um pouco de cólica.Existem no mercado, DIUs à base de hormônio (levonorgestrel), que têm a vantagem de fazer com que a mulher não menstrue, com isso diminuindo as cólicas e o sangramento mestrual excessivo.Pergunte ao seu médico se esse método é indicado para você.

EspermaticidaSão sprays ou cremes que colocados dentro da vagina matam os espermatozóides. São menos seguros que a camisinha.

Implantes de hormôniosÉ um pequeno dispositivo que contém hormônio e que é colocado em baixo da pele da mulher. Tem duração de cerca de 3 anos e suspende a menstruação na maioria das vezes.

Ligadura das trompasÉ um método irreversível.Deve ser feito na hora certa, quando o casal tiver plena certeza de que não quer ter filhos nunca mais.

VasectomiaÉ o fechamento dos canais deferentes do homem, canal esse que leva os espermatozóides para os testículos. O homem continua tendo ejaculação, porém sem espermatozóides. É um método feito com anestesia local, em consultório, indicado para homens que não querem ter mais filhos pois é irreversível. Hoje em dia é possível a reversão, porém nem sempre ela é possível ou bem sucedida.
Não interfere na masculinidade do homem e, portanto, não torna o parceiro brocha.

Muco cervicalConsiste em a mulher observar a saída de muco (catarro) de dentro da vagina. Recomenda-se evitar relações durante esse período e até 3 dias após o muco ter sumido completamente. É um método pouco eficiente, indicado para mulheres com parceiro fixo.

TabelinhaConsiste no cálculo do provável dia da ovulação. Não deve ser usado como método contraceptivo e sim, como orientação dos dias férteis para quem quer engravidar. Para um ciclo de 30 dias, recomenda-se, como método contraceptivo, não manter relações sexuais entre o dia 10 e 19 do ciclo, considerando que o dia 1 é sempre o primeiro dia da menstruação.

Pílula do dia seguinteComo o próprio nome já diz, é um método de emergência, que deve ser orientado por um profissional médico. Por essas razões, não irei discutir suas indicações.

Converse com seu médico! Somente ele poderá indicar o método mais adequado para você. E lembre-se de que o único método que protege você contra as doenças sexualmente transmissíveis é a Camisinha. Portanto, use-a em todas as relações sexuais. Seu corpo agradece!

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Desvendando a TPM

Durante o período pré-menstrual, a mulher pode sentir alguns desconfortos que caracterizam a famosa Tensão Pré-Menstrual, que carinhosamente conhecemos como TPM. Em algumas mulheres esse desconforto é tão intenso, que muitas vezes provoca a sensação de que o mundo vai acabar antes da menstruação. Hoje em dia, uma das hipóteses aceita é de que a TPM é causada por um conjunto de alterações hormonais que neste período interferem no sistema nervoso central.
A TPM é tão comum que 75% de todas nós já experimentou essa sensação em alguma fase da vida.
Alguns sintomas da TPM
  • depressão e sentimentos de desesperança
  • ansiedade, agitação
  • acentuada alteração do apetite
  • raiva e irritabilidade excessiva
  • tristeza e choro fácil
  • sensação de estar inchada e com dor nas mamas
  • dores de cabeça
  • dores no corpo

Como aliviar a sua TPM

  • procure realizar atividades que lhe proporcionem bem-estar, como passear no parque
  • faça alguma atividade física (caminhadas, andar de bicicleta, etc)
  • procure se arrumar e fazer um passeio. Isto ajudará a elevar a sua auto-estima!
  • evite pensamentos negativos
  • tenha uma alimentação balanceada

Tratamento da TPM

O melhor caminho para tratar sua TPM é consultar seu médico ginecologista. Não existem tratamentos específicos. Algumas mulheres costumam se beneficiar com o uso de pílulas anticoncepcionais, outras com o uso de vitaminas (como a B6, por exemplo), mas não há nada comprovado.

O melhor tratamento é aquele que sozinho ou associado reduza seus sintomas.

Procure seu médico ginecologista! Através de uma consulta com seu médico de confiança, ele saberá qual é a melhor opção de tratamento para você.

autora: Dra Adiléia Menoli



Localização:

Meu consultório está localizado na Rua Cláudio Manoel da Costa, 199, nas proximidades do Lago Igapó, numa área residencial de fácil acesso e estacionamento, e próximo a Laboratórios e Hospitais.

Inauguração do Blog

Queridas, estou inaugurando meu novo blog. Através dele postarei para vocês semanalmente todas as novidades relacionadas à ginecologia e ao universo feminino. Aproveitem!